8/01/2007

Almoço de Marco Polo

O calor pede algo frugal. Sento-me a mesa do restaurante. Desculpo-me pelo atraso com os amigos. Ávidos e famintos, atacam com educação os pãezinhos do couvert. Segunda-feira é dia de começar dieta. Não estamos na segunda, nem eu de dieta. Prezo pelos bons hábitos alimentares. Marco Polo levou seu cachorro à China. No cardápio, espetinhos de bicho-da-seda, escorpião, cachorro... Bem! ...do cachorro não se sabe. Marco voltou só. Trouxe a pasta. O garçon serve-me de queijo ralado. Pedi bolonhesa. Veio putanesca. Senta-se à mesa, amiga do amigo. Acende um cigarro. O chinês impressionou-se com o inglês que trazia fogo no bolso. Coisa do tempo da Companhia das Índias. A tal amiga parecia uma índia. Morena, olhos meio puxados, cabelos negros. Vestida de sêda com detalhe vinho. Embriagado como a sobremesa. Saio antes do café. Corro atrasado. Corria o olhar delirante da enferma ao diagnóstico descrito pelo Dr. Bienville. Chego em tempo para a reunião.

...Trouxe comigo pasta de lotus... é que hoje tem lua cheia.