10/13/2008

V de verso


O Sentido anda verborrágico
esquizofrênico
num hospital psquiátrico
desesperado
atrás de um significado
Errante, tropeçando
em significante
A coisa anda na bricolagem difusa
num salve-se quem puder
na complexidade profusa
A coisa anda ensimesmada
Na putaria deslavada
As coisas andam frenéticas
aos gritos
no gozo da superfície
na punheta de coelhos aflitos
O sentido anda obtuso
caindo em parafuso
em excesso
saindo como pus no abcesso
O sentido anda paupérrimo
anestesiado de quinquilharia
chorando oco o troco
na mais valia
Os sentidos andam na trilha
na ilha da fantasia
As coisas andam em prosa
no preço da mercadoria
O sentido anda no bolso
na anomia
como cordeiro binário
rastreado monitorado
manipulado
O sentido anda escasseado
na abundancia Pós Poli Pluri Multi
sem aderência
O sentido anda com urgência
com os segundos que se esmigalham
à deriva, sem narrativa
nos sentidos que se embaralham
A coisa anda em convulsão espectral
na jactância virtual
Na ânsia na discrepância
no desbum promissor
A coisa anda na arrogância
no poder do estado
ajoelhado para o deus mercado
no vale tudo neoliberal
filha da puta do caralho
Na embalagem bem planejada
pelos reizinhos do baralho
Na felicidade coisificada
fedendo vaidade
no ouro Biscate
da medíocredade perdulária
O sentido anda no bolso
atrás de legitimação
num angustiante simulacro
Andam as coisas como paleativos de plástico
mendigando civilidade
sofrendo de múltipla personalidade
Maltrapilha, quase morta
entuchada maçã na boca
como uma porca!

V de Verso
‘Sentido’
PPessoa

10/08/2008

Vocabulário III



Apresentação de estréia do V DE VERSO (grupo de escritores e performáticos) Claudia Dorey, Paulo Pessoa, Tom Rezende & Chacal.

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