6/27/2009

Piranha Solitária

A piranha solitária, no balcão, nada na sua caipifruta. Vitrine aquário Nouvelle Vague num loop Warhol ´Pessoas se beijando parecem peixes`. Seus olhos devoram amedrontados São Jorges e seus escudos de chopp. - Mulher tem de ser tratada nos dentes antes de ir para língua - Suas pernas criminosas de escamas salientes, afrontam a vocação predadora tingida aos cuidados dos colos de Pietás. Desce direto para o gogó, seu triste fado de medusa e sua lira tosca. Oferece carícias de apetite canino e espreita o amanhecer em lençóis umidecidos de álcool e espinhas.

2 comentários:

Audrey Carvalho Pinto disse...

mto bom.. me lembrou um poema de Vinicius de Moraes

Nós somos as inorgânicas
Frias estátuas de talco
Com hálito de champagne
E pernas de salto alto
Nossa pele fluorescente
É doce e refrigerada
E em nossa conversa ausente
Tudo não quer dizer nada.

Nós somos as longilíneas
Lentas madonas de boate
Iluminamos as pistas
Com nossos rostos de opala.

Vamos em câmara lenta
Sem sorrir demasiado
E olhamos como sem ver
Com nossos olhos cromados.

...

e por aí vai!!

Dekka disse...

que surpresa! vim parar aqui a partir do seu flickr e... gente... bárbaros seus textos!