6/09/2009

Átimo

O logo após as pisadas irregulares, cambaleia o futuro. A semana passou num lapso, num átimo alcoólico. Pude ouvir gargalhadas vindas do tablado rotundo dos bêcos. Eco de imagens embaralhadas, idéias colipsadas... Um carrossel de personagens na roda oculta das circunstâncias... e eu aqui, na mesa de canto do bar... daqui tudo se vê, até o uivo do vento dobrar a esquina. A inconformidade concreta precipita-se em tudo... estão visíveis por sobre os ombros como caspas em pretas camisas de algodão sob luz negra. Figuras deslocadas de seu original podem-se entrever no silício, no ópio, no fundo da garrafa. Caleidoscópio de artimanhas neurais. Arte experimental. Daqui, da mesa de canto, mudo a sintaxe a esmo... a arte é mental... Tangram de holografias moldadas em arranjos dramáticos. Virtudes e vícios descoloridos no suor das paredes... um panteão de afrescos mundanos. Eu mesmo, um semi-deus, crio um buraco no tempo, uma matéria escura, uma nuvem, uma dúvida... Mastigo um bolinho de queijo ensopado de tabasco. Viro do avesso a cachaça... o mundo aparece em miniatura no fundo do copo...
Existe sobriedade ?

Um comentário:

Audrey Carvalho Pinto disse...

gostei das coisas q escreveu! li outros tb!!
ecreves muito bem!